Nas eleições de 6 de outubro último, impressiona os democratas duas circunstâncias: quase trinta por cento dos eleitores deixaram de comparecer às urnas. Isso é muito triste. Significa descaso em relação a um direito-dever que é pilar imprescindível do Estado de direito de índole democrática, a nossa opção constitucional enfatizada em 5.10.1988.
Não é possível que a cidadania desconsidere o município em que mora, em que realiza seus sonhos, em que trabalha para conseguir seus objetivos e se desinteresse de sua sorte.
Quem ama sua cidade e a quer cada vez melhor, tem obrigação de se definir. De escolher o candidato. De exteriorizar sua vontade. Não pode criticar a administração, se nada fez para participar dela, ao menos mediante a eleição do candidato de sua preferência.
A outra circunstância é o expressivo número de votos endereçado a um candidato que não tem civilidade, não tem respeito pelos adversários, não tem história de vida vinculada a São Paulo e que, no entanto, recebeu o sufrágio para administrar a maior cidade do Brasil.
Juntos, esses dois fatos evidenciam a fragilidade da Democracia, uma palavra tão repetida no discurso, tão difícil de ser praticada.
É preciso conscientizar os que faltaram a comparecerem no segundo turno, dia 27 de outubro. Participar das eleições é o mínimo que se espera de indivíduos responsáveis, que têm de se empenhar no aprimoramento do convívio. Quanto aos outros, procurem no íntimo de sua consciência o motivo que os levou a uma escolha inexplicável. E usem agora de discernimento e votem com maturidade.
São Paulo merece mais. Precisa de uma sociedade civil atenta, alerta, partícipe e empenhada em edificar uma convivência compatível com o sonho democrático.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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