Os produtores rurais da Serra do Roncador estão em estado de alerta. As obras de acesso à região estão atrasadas e em ritmo muito lento. Segundo os relatos e imagens feitos pelos próprios produtores, apenas o serviço de terraplanagem foi entregue até o momento. Com a chegada do período de chuvas que se aproxima, o problema se agrava ainda mais, uma vez que a estrada de terra – agora com uma camada de argila – vai se tornar um enorme atoleiro, prejudicando o escoamento da produção e o transporte escolar das crianças.
Esse não é um problema novo. Há pelo menos três anos que diferentes empresas contratadas pela prefeitura de Barra dos Garças, em processos licitatórios, iniciam as obras e não entregam o estabelecido nos contratos. A empreiteira que atualmente está tocando a obra, a ALIANÇA INDÚSTRIA E CONSTRUÇÕES LTDA, foi contratada para iniciar as obras em 01 de novembro de 2023. Após nove meses do início dos trabalhos, pouco foi feito. O valor licitado para a obra ultrapassa a quantia de três milhões de reais.
Produtores mobilizados
Dez anos atrás, os próprios produtores se reuniram e custearam o projeto de pavimentação da estrada, para que o município pudesse captar os recursos federais necessários para a realização da obra. Também já realizaram reuniões com o Prefeito Adilson Gonçalves de Macedo (PSD) e o então Secretário de Obras de Barra dos Garças, Getonio Dias Guirra, para discutir o problema. Em maio deste ano, os produtores marcaram nova audiência com o Prefeito que posteriormente foi cancelada. Em áudio encaminhado no dia 15/05 pelo atual Secretário, Thiago Marcelo Silva Barbosa, foi passado cronograma para término em 60 dias. Com o prazo expirado e as obras em ritmo lento, os produtores estão bastante apreensivos.
Roberto Martins, um dos representantes dos produtores locais, explica que todos os anos a população da região sofre com a falta da estrada: “É um absurdo que uma região produtiva tão importante não tenha uma estrada de acesso descente. Os caminhões atolam, quebram, o que gera um grande prejuízo para os produtores. Em algumas situações fica impossível transitar sem um carro tracionado, e a população fica praticamente ilhada. As crianças que residem na Serra levam horas para chegar ao seu destino, tendo que acordar, em alguns casos, às 3h da manhã para poderem estudar. É comum vermos ônibus escolares sendo puxados por tratores para saírem dos atoleiros. Muitos funcionários deixam as fazendas para trabalhar na cidade, pois não querem prejudicar o ensino de seus filhos”.
Faltando pouco tempo para o início da temporada de chuvas, somente uma ação organizada e urgente poderia reverter o atual estado das obras. Contudo, não há qualquer sinal de mobilização por parte da prefeitura e da secretaria de obras do município, conforme aponta o produtor Victor Pedroso: “Já assistimos isso acontecer e está acontecendo tudo de novo. O município consegue iniciar a obra, mas não a conclui, mesmo com os produtores cobrando as autoridades. Nenhum de nós acredita que as obras serão concluídas a tempo, diante o enorme atraso atual” – enfatiza Victor.
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ADRIANA ROSA FERNANDES
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