A adequação de profissionais juniores ao mercado de trabalho ainda é um paradoxo para vários setores, inclusive para o setor tech. São muitas vagas abertas a plenos e seniores, mas poucas direcionadas aos profissionais sem os anos de experiência geralmente requisitados. É um cenário que tem ligação direta com as exigências de habilidades teóricas impostas por algumas empresas, a exemplo de conhecimentos específicos sobre a área em que atuam, desencadeando muitas recusas e impondo empecilhos que dificultam a continuidade (ou até mesmo o início) de sua trajetória profissional.
O rápido avanço das tecnologias e das metodologias de desenvolvimento também tem feito com que a competitividade por conhecimentos práticos cresça em consonância aos modelos de exigência. Da mesma maneira, a alta popularização dos cursos online vem atrelada a essa condição, permitindo às empresas aumentarem a demanda por profissionais que tenham conhecimentos mais profundos, como o domínio de linguagens e de habilidades no desenvolvimento de projetos, geralmente conquistados a partir do perfil Pleno. São especificidades que exigem do Junior um nível de experiência que ele só terá se vivenciar a rotina de uma empresa, configurando o cenário como desafiador e a saturação de perfis Pleno e Sênior como rotina.
A saturação de perfis Pleno e Sênior no mercado de trabalho tech
De acordo com a Gartner, o mercado de tecnologia é o que mais cresce no mundo. Só em 2024, o gasto global com TI deve alcançar US$5,2 trilhões até o final do ano, apresentando um aumento de 6,2% em relação a 2023. Nessa condição, profissionais de perfis Pleno e Sênior são contratados impulsivamente pelo crescimento acelerado da demanda, que representa a competição acirrada do mercado, cuja tendência é crescer ainda mais nos próximos anos.
Ainda segundo a Gartner, 75% das empresas aumentarão o investimento em tecnologias digitais até o final de 2024, como nuvem, IA, internet das coisas e blockchain, mesmo com a pouca oferta de talentos em TI . É uma porcentagem que demonstra problemas inúmeros para o mercado tech, já que a dificuldade atual é recrutar e selecionar profissionais especializados, porque a perda de oportunidades de negócios tem sido objetificada pela baixa competitividade entre o perfil Junior e os outros dois perfis de atuação.
Habilidades dos jovens da geração Z
É certo dizer que profissionais tech juniores, talentos da atual geração Z, enfrentam muitos desafios antes das oportunidades iniciais de carreira chegarem, mas mais assertivo ainda é afirmar que esses são desafios que podem ser resolvidos, caso a empresa consiga enxergar os benefícios que a contratação de juniores traz. A ideia é entender que a alocação desse perfil profissional é necessária, porque se nos próximos anos a realidade bater à porta, o cenário não mudar e você, enquanto empresa ou gestor, não abrir vagas para suprimir as dificuldades trazidas pela saturação no setor, o mercado não terá mais profissionais qualificados. Até mesmo hoje já não tem para tanta demanda.
Um fator de destaque é que os jovens da geração Z têm habilidades inúmeras, a começar pela energia para desenvolver atividades diferenciadas e a disposição para abraçar o novo, o que os evidencia como verdadeiros potenciais na administração das causas futuras, a exemplo de processos de inovação, sustentabilidade, gestão corporativa inclusiva e da manutenção do avanço tecnológico.
Por que contratar profissionais tech juniores pode ser a solução para a sua empresa?
Ao nos referirmos à importância de contratar profissionais tech juniores, devemos nos ater à potência que fatores relacionados ao esforço e ao interesse possuem para representar o processo de desenvolvimento dos primeiros anos de carreira, e como isso pode ser a solução para a sua empresa. Um grande exemplo disso é a sequência de motivos que esse perfil tem para ser curioso. A mente jovem busca constantemente por novidades, porque atua de acordo com o que chega no mercado.
São profissionais que passam o dia online, acompanhando o boom de inovações, uma característica importante e que pode simbolizar seu desprendimento com muito mais afinco no momento de engajar esforços nas ações dos projetos das empresas. É preciso deixar claro que a imposição referente ao excesso da exigência de pedidos de capacitação prática e técnica no anúncio da vaga e no dia a dia do profissional Junior, apenas limitará seu talento e potencial e dificultará o desenvolvimento de seu trabalho.
Habilidades práticas e técnicas de profissionais juniores: vontade de fazer e fome de conhecer
Para que as novas contratações aconteçam, os gestores e o conjunto empresarial devem visualizar as habilidades práticas e técnicas de profissionais juniores a partir da vontade de fazer e da fome de conhecer, os dois primeiros critérios capazes de encaixar o novo profissional ao setor e oferecer a oportunidade que ele tanto necessita.
A união desses dois critérios dará início às próximas etapas, como a oferta de mentoria para os novos talentos e treinamento prático voltado ao amadurecimento profissional; o objetivo é simples: criar nas empresas ambientes participativos e totalmente voltados ao aprendizado e à inovação. A lógica da vez é seguir uma rotina que acolha o incentivo à curiosidade, a característica exata, e muito presente na vida desses novos profissionais, que será capaz de mudar drasticamente a próxima geração tech.
*Priscila Oliveira é psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas e Head de Cultura e Pessoas da Kstack.
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LÍVIA IKEDA MARTINS
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