Conhecida como Lei de Cotas, a Lei nº 8.213 completa 33 anos no próximo dia 24 de julho. O Instituto Jô Clemente (IJC), referência nacional na inclusão de pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras, celebra a data com números positivos e a consolidação de sua expertise por meio da ampliação do programa que inclui no mercado formal, pessoas com Deficiência Intelectual e Autismo. Além da atuação na região metropolitana de São Paulo, o serviço de Inclusão Profissional também chega a outras capitais, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Desde 2013, quando o IJC passou a utilizar a metodologia do Emprego Apoiado, mais de 4.600 pessoas com deficiência já foram incluídas no mercado de trabalho. Somente no ano passado (2023), foram 531 inclusões, com taxa de retenção nas empresas de 92%. “Ao longo desses 11 anos, trabalhamos com a metodologia do Emprego Apoiado, que usa a lógica de ‘incluir para qualificar’, em vez de ‘qualificar para incluir’. Isso permite criar mais oportunidades às pessoas com Deficiência Intelectual e Autismo”, ressalta Flavio Gonzalez, coordenador de Inclusão Social no Instituto Jô Clemente (IJC).
A metodologia do Emprego Apoiado parte do princípio de que toda pessoa pode trabalhar no mercado formal, desde que sejam oferecidos os apoios necessários. No IJC, ela é dividida em três etapas: mapeamento de perfil profissional, busca de um emprego que combine com a vocação da pessoa com deficiência e acompanhamento pós-contratação por 12 meses.
Os profissionais, geralmente, são encaminhados por outros serviços do Instituto, como o de Educação e Estimulação ou de órgãos parceiros da rede pública. “Além disso, realizamos intensa busca ativa em diferentes territórios, procurando as pessoas nas suas regiões, muitas das quais haviam desistido de tentar uma oportunidade de trabalho”, completa Flavio.
A Colgate-Palmolive Brasil é uma das empresas que apostam nos benefícios do Emprego Apoiado. “Nossa parceria com o IJC tem 15 anos e contribui enormemente para que nossos times sejam mais diversos e inclusivos, em linha com nossos valores. Juntos, temos transformado a vida de dezenas de pessoas com Deficiência Intelectual”, diz Daniel Arouca, diretor sênior de RH da Colgate-Palmolive Brasil.
Desafios da inclusão profissional
De acordo com a Lei de Cotas, no Brasil toda empresa que possui 100 ou mais funcionários é obrigada a ter entre 2% e 5% de seus cargos preenchidos por pessoas com deficiência. Um levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base em informações do eSocial, em janeiro deste ano, mostra que o país tem 545.940 mil pessoas com deficiência inseridos no mercado formal de trabalho. Desse total, 93% estão em empresas com mais de 100 colaboradores.
“A inclusão de pessoas com deficiência no mundo do trabalho formal ainda é um desafio marcado por barreiras e preconceitos. Para nós, praticar e implementar a diversidade e a inclusão exige muito mais do que cumprir a Lei de Cotas. Inovação e boas práticas devem caminhar juntas, o que favorece a criatividade, colaboração e intercâmbio cultural dentro das empresas”, finaliza Flavio Gonzalez.
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MONICA PILEGGI
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