Quem se dedica ao cultivo de plantas bem sabe que os cuidados vão muito além de uma boa rega, um solo adequado e a quantidade certa de luz. Um dos pontos que mais requer atenção é a adubação, pois é por meio dela que sua planta irá repor todos os nutrientes que necessita.
Inicialmente vale esclarecer uma dúvida que costuma ser frequente: qual a diferença entre adubo e fertilizante? Na verdade, nenhuma, são palavras diferentes que definem o mesmo produto: o alimento das plantas.
O tipo de fertilizante a ser usado e a frequência de adubação vai depender de uma série de fatores como: a espécie da planta, a época do ano e as necessidades dela em cada fase. De modo geral, a primavera costuma ser uma das estações favoritas das plantas por oferecer as condições ideais. Além disso, muitas espécies estão no ápice da sua produção neste período e por isso há uma necessidade maior de reposição de nutrientes, tornando a adubação ainda mais necessária.
No mercado de jardinagem existem diversas formulações e maneiras diferentes de se aplicar. Os principais nutrientes dos fertilizantes ou macro nutrientes primários, são o famoso trio de nutrientes chamado de “N P K” (N = nitrogênio, P = fósforo, K = potássio). Eles são os minerais que as plantas consomem em maior quantidade em seu processo metabólico, mas devemos lembrar que elas precisam em menor quantidade, mas ainda em quantidades consideráveis dos macronutrientes secundários, Ca = Cálcio, Mg = Magnésio e S = Enxofre e os micronutrientes, exigidos em quantidades bem pequenas: B = Boro, Cu = Cobre, Fe = Ferro, Mo = Molibdênio, Mn = Manganês e Zn = Zinco.
Marcos Estevão Feliciano, engenheiro agrônomo da Forth Jardim, empresa especializada no cuidado com as plantas, explica melhor sobre as variações que podemos encontrar neste universo dos fertilizantes.
Principais Tipos
Em relação a “matéria” da qual os fertilizantes são compostos, eles podem ser divididos em três categorias:
Fertilizante Orgânico: é constituído por matérias de origem animal ou vegetal, podendo ser à base de farinha de ossos, esterco animal, compostagem, entre outros. Também pode ser feito a partir dos resíduos da indústria de extração do óleo de determinadas sementes, como é o caso da torta da mamona, que é muito utilizada como fonte de Nitrogênio e Matéria orgânica para a adequação do solo.
Fertilizante Mineral: é um tipo de fertilizante mais comum de ser comercializado, sendo proveniente do processo de mineração ou de processos químicos que no final resultam em minerais. Ele pode ser natural, ou seja, processado apenas fisicamente por algum método como a “moagem” ou “purificação”, mas realizado a partir do minério original. Também pode ser produzido em uma indústria química, aumentando sua pureza e solubilidade através da adição de ácidos ou outros produtos, ajudando até a aumentar a quantidades de nutrientes nas matérias primas.
Um exemplo de fertilizante mineral sintético é o sulfato de amônio, também conhecido como SAM, que é um composto químico cuja fórmula é (NH4)2SO4. Ele geralmente é obtido através da mistura da amônia e do ácido sulfúrico que é uma importante fonte de nitrogênio e enxofre para as plantas. De forma geral, um fertilizante mineral básico apresenta a fórmula NPK podendo variar em diversas concentrações.
Fertilizante Organomineral: como o próprio nome já define, este tipo é uma junção do adubo orgânico com o mineral. Por exemplo, existe hoje no mercado uma série de fertilizantes completos com 12 nutrientes minerais com a adição de matéria orgânica vindo de fontes naturais, essa mistura gera um fertilizante de categoria organomineral.
Natureza Física
Além do tipo de matéria, os fertilizantes também podem ser classificados de acordo com a sua forma física, que neste caso pode ser:
Pó: são fertilizantes bem finos na forma de pó.
Farelado: são fertilizantes com grânulos pequenos e um pouco de pó.
Granulado: são fertilizantes na forma de grânulos.
Líquido: são fertilizantes na forma líquida.
Aplicação e Ação
Adubação via Foliar e de Liberação Rápida:
A adubação foliar é uma aplicação de nutrientes solúveis nas folhas, com o objetivo de complementar a nutrição e favorecer o equilíbrio nutricional. Desta forma, a fertilização foliar é uma prática auxiliar para fornecer nutrientes essenciais.
Este tipo de adubação é uma alternativa muito interessante, principalmente para suprir as exigências nutricionais das plantas, quando o objetivo é um efeito mais rápido. Podemos dizer que seria o mesmo que injetar nutrientes diretamente na “veia da planta”.
Sendo assim, toda adubação foliar vai trazer resultados mais rápidos, porém os nutrientes estão em doses pequenas e serão ser consumidos rapidamente pela planta. Portanto, sua reaplicação deve ser muito mais frequente, se comparada à adubação via solo, já que o solo guarda os nutrientes e as plantas vão absorvendo-os ao longo do tempo.
Adubação via Solo e de Liberação Lenta:
Já a adubação de solo é a prática básica e sempre deve ser incluída no cronograma de manutenção do jardim. Isso porque, o solo, além de ser o local de sustentação/fixação das plantas, é como se fosse o “armazém” dela, é lá que ela irá estocar os nutrientes deixando-os disponíveis para a absorção através das raízes.
Se você tiver plantas com folhas amareladas o foliar tem efeito mais rápido pois a planta absorve e já corrige a deficiência, mas não podemos deixar de adubar o solo, pois se as folhas estão manifestando o sintoma de falta, significa que o solo está pobre em minerais e que precisamos repor os nutrientes essenciais.
“Uma boa dica pode ser intercalar os cuidados com as suas plantas as duas formas de adubação, mantendo rotineiramente a adubação via solo e complementando com a via foliar, sempre que precisar de resultados mais rápidos ou precisar corrigir deficiências”, complementa o engenheiro agrônomo Marcos Estevão Feliciano.
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ERICA DOS SANTOS BRITO
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