As pautas de diversidade e inclusão já fazem parte dos assuntos levados a sério pelos brasileiros. No último ano, o interesse pelos temas chegou a 72% das empresas do país, que declararam possuir uma área dedicada à diversidade e inclusão, segundo estudo da startup Blend Edu. Diante da demanda levada pelos trabalhadores até o ambiente corporativo, as companhias precisam estar preparadas para encarar as temáticas com comprometimento, visto que 39% dos respondentes da pesquisa global da McKinsey, “OrgBRTrends: as 10 macrotendências que estão moldando as organizações brasileiras”, relataram já ter recusado uma oportunidade de emprego devido à percepção de falta de inclusão.
Para ter um time de colaboradores que reflita a diversidade presente na sociedade, as empresas têm de se atualizar, sob o risco de perderem relevância de mercado e enfrentarem dificuldades para atração e retenção de talentos. Mas para 60% das lideranças de companhias brasileiras, tirar a diversidade e a inclusão do papel ainda é um desafio, o qual atribuem à falta de processos de governança que se traduzam em ações claras, padronizadas e visíveis, segundo o estudo da McKinsey.
Para Rennan Vilar, diretor do departamento de Pessoas e Cultura da TODOS Internacional, a promoção da diversidade e da inclusão deve ser vista como aliada para o fortalecimento do engajamento dos funcionários. “Diversidade e inclusão não trazem ônus. No Grupo TODOS Internacional, percebemos que quando aliamos os preceitos da Administração Solidária — que é o centro do nosso modelo de gestão — à diversidade e inclusão, fortalecemos o engajamento dos colaboradores e também os resultados”, afirma. Para o especialista, “um ambiente onde a inclusão é valorizada promove harmonia e respeito mútuo, fazendo com que os colaboradores se sintam valorizados e respeitados. Isso gera um maior senso de pertencimento, reduzindo a rotatividade e aumentando a retenção de talentos”, destaca.
Do ponto de vista organizacional de uma companhia, Vilar acredita que a diversidade estimula times mais entrosados e adaptáveis a mudanças. “Uma equipe formada por pessoas de culturas, formações e experiências diversas é capaz de avaliar situações a partir de perspectivas diferentes. Isso promove a resolução de problemas com pontos de vista variados, resultando em soluções mais inovadoras e eficazes”, ressalta o diretor, que deposita no departamento de Pessoas e Cultura de sua empresa a missão de construir um ambiente inclusivo desde a contratação, até a rotina diária, com rodas de conversa que promovem debates sobre diversidade ao abordar temas como Orgulho LGBTQIA+, diversidade racial, religiosa e de gênero.
Mesmo com um time de Pessoas e Cultura trabalhando ativamente em prol da diversidade e inclusão, outros atores surgem neste debate como peças fundamentais, os líderes. No entanto, apenas 25% dos respondentes da pesquisa da McKinsey afirmam que as lideranças da sua organização inspiram as pessoas à sua volta. “Na TODOS Internacional, por exemplo, o respeito a todos faz parte do nosso DNA e é papel de cada líder e gestor ser não só o guardião desse valor, mas acima de tudo, ser, por meio de seu próprio comportamento, exemplo e espelho para todos”, afirma Vilar.
Para garantir que as ações de diversidade e inclusão gerem impacto real na vida dos colaboradores e na cultura da empresa, o especialista indica que as companhias analisem os dados de seus colaboradores, levando em conta recortes de gênero, raça, etnia, idade e orientação sexual, por exemplo. “Por meio de pesquisas de engajamento e de clima organizacional, percebemos a predominância de sentimentos positivos de nossos colaboradores em relação ao senso de pertencimento e satisfação no ambiente de trabalho, sem a presença de sinais de discriminação ou exclusão”, destaca.
Com a conscientização da população sobre a necessidade de avanço em ações focadas na promoção da diversidade e da inclusão, Rennan alerta que as companhias precisam se comprometer com honestidade. “Sem esses valores, as empresas estão fadadas à estagnação. Entretanto, a diversidade deve ir além do discurso e se tornar uma prática diária, sendo compartilhada por todos no ecossistema da empresa”, endossa.
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NAYARA CAMPOS DA SILVA
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