O Brasil tem aproximadamente 110 mil engenheiros agrônomos. Esses profissionais encontram um grande desafio pela frente, que é garantir a produtividade dos clientes. Assim, o agronegócio nacional poderá, ao mesmo tempo, abastecer o mercado interno e garantir a segurança alimentar do restante do mundo.
Nesse cenário, o Dia do Engenheiro Agrônomo, festejado em 12 de outubro, ganha relevância. A data abre espaço para a abordagem de uma prática bastante conhecida – a correção de acidez de solo – por meio de novas ferramentas tecnológicas, como a Inteligência Artificial.
Esses pontos foram levantados por dois agrônomos ouvidos pelo site da Abracal. Marco Aurélio Guzzo, 51 anos de idade, atua há 25 anos na região Sul. Já Nilo Bernardino Gomes tem seus negócios no Centro-Oeste e já soma com 41 nos de profissão.
Formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Marco cita a necessidade constante de atualização profissional.
“Disseminar informações sobre a calagem é um dos principais desafios do agrônomo. Digo com tristeza que a calagem é negligenciada no Sul. O Paraná tem um consumo tímido, de menos de 1 tonelada por hectare”, revela.
“O agrônomo também deve atuar na recomendação dos melhores corretivos. A calagem traz vários benefícios, e um dos mais importantes é potencializar o NPK dos fertilizantes. Usar adubo sem corrigir o pH do solo é jogar dinheiro fora”, afirma Marco.
Recentemente, a Federação dos Agricultores de São Paulo (Faesp) realizou estudo que, em outras palavras, traduz essa perda em números. Em julho de 2024, a tonelada do fertilizante – um produto importado – custava 9 vezes o preço da tonelada de calcário paulista.
A forma de transmissão das informações também afeta. “Hoje, o produtor rural tem informação, está nas redes sociais. Precisamos mostrar o impacto que essas informações sobre a calagem trazem para o negócio dele”, diz Marco.
Mudanças climáticas
Presidente do Sindicato da Indústria de Calcário de Goiás, Tocantins e Distrito Federal (Sincal), Nilo Bernardino Gomes, traz uma visão similar. Ele se formou pela Universidade Federal de Goiás há 41 anos.
“Um dos principais desafios profissionais hoje é lidar com as mudanças climáticas e minimizar seus impactos negativos no agronegócio”, avalia o representante de Goiás. “O Brasil precisa gerar tecnologia suficiente para trazer segurança alimentar global, como celeiro do mundo que somos”.
Para Nilo, é necessário se aprofundar nas pesquisas que gerem soluções técnicas e científicas em pontos importantes para o setor, como os manejos integrados de pragas, o controle biológico e a Agricultura de Precisão. “Precisamos utilizar os instrumentos digitais e suas diversas aplicações, inclusive a inteligência artificial, em benefício do agronegócio”, defende.
Nilo e Marco apontam a produtividade como um ponto em comum no relacionamento do agrônomo com seus clientes. O diálogo em torno dessa produtividade precisa ser melhor detalhado.
“Paraná e Santa Catarina, por exemplo, vivenciam uma época de estiagem. Nesse caso, temos que recomendar produtos que façam a construção do perfil de solo, em que as raízes busquem água e nutrientes nas camadas mais profundas. Assim, a cultura não fica tão suscetível a veranicos”, afirma o agrônomo do Paraná.
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ROGERIO TADEU RUEDA JUNIOR
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