Com mais de 8.500 quilômetros de costa, o Brasil detém um vasto potencial para se tornar líder na chamada Economia Azul, gerando riquezas sustentáveis e impulsionando seu crescimento econômico a partir dos recursos oriundos dos oceanos. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), se o país fizesse uso sustentável dos recursos marítimos, seria a sétima maior economia do mundo.
A relevância da economia gerada por meio do mar será abordada nos dias 4 e 5 de dezembro em Niterói, cidade que será palco de um dos mais importantes eventos globais dedicados ao futuro sustentável dos oceanos: o Tomorrow.Blue Economy. Pela primeira vez no Brasil, este congresso internacional, organizado pelo iCities – empresa pioneira em cidades inteligentes no país – com a chancela da FIRA Barcelona, parceria com a Prefeitura de Niterói e apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Paraná (AHK Paraná), reunirá especialistas, entusiastas e líderes do setor que trarão novas perspectivas sobre as oportunidades da economia azul.
Apesar de não possuir uma costa extensa, a Alemanha tem interesse em projetos ligados aos oceanos. O país, líder em tecnologia marinha, participa de iniciativas globais, como a Organização Marítima Internacional (IMO) e a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), a fim de promover a sustentabilidade econômica.
Augusto Michells, gerente regional da AHK Paraná, destaca a importância do apoio da entidade representante da economia alemã no país, ao congresso. “A Alemanha desenvolveu uma estratégia nacional para promover a economia azul sustentável, focando em áreas como energia renovável, transporte marítimo eficiente e proteção ambiental, além de investir em projetos ligados ao tema em países em desenvolvimento, e o Brasil tem um enorme potencial para esses projetos”, afirma.
Por que a economia azul é tão importante?
Mais de 40% da população global vive a menos de 100 quilômetros das costas. Esse número é ainda maior quando olhamos apenas para o Brasil, onde cerca de 80% da população reside a até 200 quilômetros do litoral. Beto Marcelino, sócio-fundador do iCities, ressalta que o oceano é vital para a economia brasileira: segundo a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mais de 95% do comércio exterior é transportado pelo mar, e uma grande parte do petróleo e gás natural do país é extraída de áreas offshore. A economia azul abrange ainda setores como a pesca, turismo costeiro, energia renovável, mineração marinha e muito mais.
“A gestão sustentável dos recursos marinhos permite ao Brasil diversificar sua matriz econômica, reduzir dependência de setores tradicionais e impulsionar inovação tecnológica, além de contribuir para a proteção ambiental, preservação de biodiversidade, mitigar efeitos das mudanças climáticas e possibilitar novas formas de renda para as comunidades costeiras”, explica Beto.
Os oceanos também são fundamentais para a regulação do clima na Terra, visto que são capazes de absorver cerca de 30% de CO₂. “Há uma preocupação com o aumento do efeito estufa e descongelamento das calotas polares. Isso faria com que as cidades tivessem problemas graves de alagamentos e enchentes. Um eventual avanço dos oceanos poderia causar falhas no serviço de exportação via portos e, até mesmo, paralisar a economia mundial. Por isso, as políticas públicas estão voltadas à aceleração da descarbonização e limpeza dos oceanos”, destaca o sócio-fundador do iCities.
Por fim, Beto Marcelino ressalta que a economia azul visa criar um modelo de desenvolvimento sustentável, equilibrando crescimento econômico, proteção ambiental e justiça social, para desenvolver a infraestrutura marítima sustentável, promover a pesca responsável, a aquicultura e a inovação, fomentar a energia renovável offshore, alavancar o turismo sustentável, além de proteger áreas marinhas e reduzir a poluição dos mares.
As metas globais sobre o tema foram instituídas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e estão entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – especificamente o ODS 14 – , que se refere a conservar e usar sustentavelmente os oceanos. Também é discutido pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) sendo previsto no Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas.
SERVIÇO:
Tomorrow Blue Economy
Data: 04 a 05 de dezembro de 2024
Local: Caminho Niemeyer – Niterói – RJ
Ingressos: https://tomorrowblueconomy.com.br/
Sobre a AHK Paraná – Estimular a economia de mercado por meio da promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos econômicos. Esta é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), entidade atualmente dirigida pelo Conselheiro de Administração e Cônsul Honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter.
Sobre o iCities
O iCities é reconhecido como a empresa pioneira em cidades inteligentes no Brasil e, com mais de 12 anos de experiência e sede em Curitiba, a organização tem como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida aos cidadãos, acreditando que pessoas inteligentes criam cidades inteligentes. A empresa concentra seus esforços em unir stakeholders para o desenvolvimento de projetos e soluções inovadoras nas cidades. Possuindo um amplo acervo de parcerias e contratos com empresas e prefeituras, o iCities atua desde o estudo e levantamento de demandas até a identificação de empresas especializadas para as mais diversas soluções para o aprimoramento de cidades mais inteligentes. Além disso, destaca-se com formação tanto na área acadêmica quanto executiva em temáticas relacionadas, por meio do Smart City Expert e do Programa de Inovação para a Gestão Pública (PIGP). Como detentores da chancela da Fira Barcelona no Brasil, uma instituição internacional com 90 anos de história e inúmeros eventos globais, o iCities também organiza dois grandes eventos que são referência no setor: o Smart City Expo Curitiba e o IoT Solutions Congress Brasil, aliando tecnologia, cidades inteligentes e qualidade de vida.
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MILENA VITÓRIA PEREIRA DOS SANTOS
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