Nos últimos anos, os incêndios que atingem as regiões de preservação ambiental em Belo Horizonte e Região Metropolitana, um problema recorrente, agravaram-se ainda mais, principalmente durante o período crítico de estiagem, que vai de julho a outubro. Bárbara França, professora, pós-doutora em Planejamento Urbano e ativista ambiental, ressalta que a situação é crítica e demanda ações imediatas para evitar danos ainda maiores ao meio ambiente e à saúde da população.
A cada ano, o número de incêndios em áreas de preservação, como a Serra do Curral, o Parque Estadual da Baleia e a Serra da Moeda aumenta significativamente. “Esses eventos trágicos são causados principalmente pela combinação de condições climáticas adversas, como a baixa umidade do ar, e a ação humana irresponsável, como a queima de lixo e o uso inadequado do fogo para limpeza de terrenos”, explica a professora.
Impactos e medidas necessárias
Os incêndios em áreas de preservação comprometem gravemente a biodiversidade local, destruindo habitats essenciais para a fauna e flora e causando a morte de espécies que muitas vezes já estão ameaçadas de extinção. “Além dos danos imediatos, as queimadas interrompem processos ecológicos fundamentais, como a regeneração natural das florestas, retardando a recuperação dessas áreas por anos”, alerta a ativista ambiental. Segundo Bárbara França, esse ciclo de destruição dificulta a continuidade dos projetos de preservação, pois exige esforços adicionais para restaurar o que foi perdido e, ao mesmo tempo, proteger as áreas que ainda permanecem intactas.
Contudo, os incêndios também trazem consequências diretas para a população de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Como explica a ativista, as queimadas liberam uma quantidade alarmante de poluentes na atmosfera, piorando a qualidade do ar e agravando problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. “Outro problema é o solo, que fica mais vulnerável à erosão, comprometendo a capacidade de absorção da água e aumentando o risco de deslizamentos de terra no período chuvoso”, destaca.
A especialista enfatiza que, para mitigar esses impactos, é fundamental a implementação de um plano integrado de prevenção e combate aos incêndios, que envolva desde a conscientização da população até a melhoria da infraestrutura de monitoramento e resposta rápida às ocorrências. “Precisamos de campanhas educativas permanentes, que ensinem a população sobre os riscos do uso inadequado do fogo e a importância de preservar nossas áreas verdes”, propõe Bárbara França. Além disso, segundo a ativista ambiental, é essencial que as autoridades invistam em equipamentos e treinamentos para as brigadas de incêndio, garantindo uma resposta eficiente e minimizando os danos causados pelos incêndios.
Por conta do atual período de secas, que se estende até outubro, Barbara França reforça a importância de uma ação coordenada entre governo, entidades de proteção ambiental e sociedade civil para enfrentar o problema. “Se não agirmos agora, os prejuízos serão ainda maiores, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde e a segurança da população”, explica. De acordo com a especialista, é preciso encarar essa questão com a seriedade que ela merece e buscar soluções que garantam a proteção das nossas áreas de preservação e o bem-estar de todos os cidadãos.
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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