A pecuária bovina brasileira destaca-se pela sua eficiência e impacto global, posicionando o Brasil como o maior exportador e o segundo maior produtor de carne bovina do mundo. Essa excelência é resultado de um manejo animal bem executado, controle sanitário rigoroso e, principalmente, uma nutrição de alta qualidade. Entre esses fatores, a alimentação dos bovinos exerce um papel fundamental para que o rebanho expresse todo o seu potencial genético, contribuindo diretamente para a produtividade e a lucratividade do negócio.
Com o desenvolvimento de raças adaptadas aos sistemas de criação modernos, as exigências nutricionais dos bovinos evoluíram, necessitando de suplementação para atender às demandas do mercado de carne e leite. As pastagens, que são a base da alimentação bovina no Brasil, frequentemente apresentam deficiências nutricionais que variam conforme a região e a época do ano, exigindo uma complementação bem planejada.
Para alcançar a produtividade desejada, o planejamento da alimentação deve começar com a definição clara dos objetivos do negócio, como a qualidade da carne e a composição do leite. Após estabelecer as metas, é necessário selecionar cuidadosamente os alimentos, garantir a qualidade da matéria-prima e assegurar o correto armazenamento dos insumos. A etapa de processamento dos alimentos deve ser ajustada conforme a categoria e a produção esperada dos animais. A nutrição adequada envolve também o fornecimento de água de qualidade e a avaliação contínua dos resultados produtivos.
Particularidades e desafios da nutrição de bovinos
A sazonalidade é um desafio significativo na pecuária brasileira, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade das pastagens disponíveis, com ganhos de peso na estação chuvosa e perdas na seca. Para mitigar esses efeitos, é fundamental adotar estratégias nutricionais, como a suplementação a pasto, que ajudam a manter o ganho de peso dos animais de forma consistente ao longo do ano. Conhecer as características do solo, do clima e do próprio rebanho são elementos cruciais para um planejamento nutricional eficaz, especialmente considerando as diferentes necessidades nutricionais entre raças e categorias de animais.
Nutrientes essenciais
Para uma nutrição efetiva, a dieta bovina deve ser rica em proteínas, vitaminas, minerais, lipídios e carboidratos, cada um desempenhando funções vitais para a saúde e a produtividade dos animais.
Proteínas: Essenciais para o crescimento e a manutenção dos tecidos, as proteínas são sintetizadas pelos microrganismos do rúmen, sendo fundamentais para a formação muscular e a saúde geral dos bovinos.
Vitaminas: Diversas vitaminas, como A, D, E, K e do complexo B, desempenham papéis críticos no metabolismo, no sistema imunológico e na saúde reprodutiva dos animais.
Minerais: Divididos em macro e microminerais, como cálcio, fósforo, ferro e zinco, são essenciais para o crescimento ósseo, a função muscular e a síntese de hemoglobina, entre outras funções.
Lipídios e Carboidratos: Fornecem energia necessária para as funções vitais dos animais. Lipídios são fontes concentradas de energia e ajudam na absorção de vitaminas, enquanto os carboidratos, especialmente celulose, são processados no rúmen para liberação de energia.
Fase de vida
As exigências nutricionais dos bovinos variam conforme a fase de vida e o propósito de criação. Na cria, é essencial garantir nutrientes que promovam o desenvolvimento saudável dos bezerros. Na recria, o foco é o crescimento eficiente para futura produção. Para o gado de corte, prioriza-se o ganho de peso e a qualidade da carne, enquanto para o gado leiteiro, a ênfase está na produção e qualidade do leite.
Práticas recomendadas
Definição de objetivos: Ter metas claras de produção facilita a escolha das melhores estratégias nutricionais para alcançar uma alta produtividade do rebanho.
Manejo adequado das pastagens: O pasto é a principal fonte de alimentação dos bovinos, e seu manejo adequado, incluindo a fertilização do solo, é essencial para maximizar o potencial nutritivo.
Bem-estar animal: Garantir conforto térmico e boas condições de manejo é fundamental, pois o estresse impacta negativamente a alimentação e a produtividade dos animais.
Suplementação nutricional: Devido às deficiências das pastagens, a suplementação é crucial, devendo ser balanceada conforme as necessidades específicas do rebanho e composta por insumos de alta qualidade.
Qualidade da água e condições do comedouro: A água deve ser limpa e fresca, e os comedouros devem estar sempre em boas condições, dimensionados corretamente para evitar competitividade e garantir o acesso igualitário ao alimento.
Conhecimento dos fornecedores: Escolher insumos de fornecedores confiáveis é essencial para evitar contaminações e garantir a integridade nutricional da dieta oferecida aos animais.
*Amaury Valinote é Diretor de Negócios de Ruminantes da Vaccinar.
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Luciana Maria Ferreira Gontijo
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