O agravamento da emergência climática deixa ao lado outros assuntos que também interferem com a saúde humana. Um deles, é o agravamento das condições de higidez física e mental de pessoas que são vítimas do excesso de agrotóxicos.
O Brasil é o país que mais se utiliza de produtos químicos pretensamente úteis para acabar com insetos ou ervas daninhas. Paradoxalmente, aquilo que ajudaria os humanos a se alimentarem saudavelmente, causam males e provocam até a morte. Tem sido constatada a morte fetal e o abortamento espontâneo em virtude do consumo dessas substâncias, muitas das quais já proibidas em seus países de origem.
O Observatório Clima e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, constatou que, nos últimos quatro anos, o Brasil venceu o ranking de autorização de agrotóxicos. Mais flexibilização, menos controle da saúde e e do ambiente, colocam os brasileiros numa posição bem desfavorável, comparada à dos países civilizados.
A ciência comprova a ocorrência de gravíssimos problemas de saúde em virtude do uso indiscriminado de tais venenos. Malformações congênitas, óbitos fetais e câncer, estão na linha de frente de quem consome alimentos contaminados.
O remédio é procurar consumir aquilo que é produzido pelos pequenos agricultores, o fruto da agricultura familiar. Em São Paulo há muitas hortas rurais e hortas urbanas. Nelas, os produtores oferecem alimento orgânico, este sim, livre dos herbicidas e dos agrotóxicos.
É preciso que a sociedade atente para os riscos a que se submete. Vale a pena, em nome de maior produção ou de ter muito trabalho para combater biologicamente insetos e ervas daninhas, absorver elementos pestíferos que vão apressar a nossa morte?
O brasileiro consome cerca de cinco litros e meio de substâncias químicas prejudiciais à saúde, a cada ano. Ninguém se preocupa, porque isso não aparece. Está na nossa alimentação, no dia-a-dia. Mas vale a pena perguntar se isso está certo e se não é melhor só consumir produtos orgânicos. Sua qualidade de vida agradecerá, se você pensar seriamente nisso.
*José Renato Nalini é Secretário Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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