A geração Z, nascida entre 1997 e 2012, é a primeira a crescer totalmente imersa na era da informação e conectividade. Isso moldou suas expectativas e comportamentos de maneira inédita. Eles priorizam o bem-estar, o alinhamento de cultura e propósito, valorizam os relacionamentos dentro das empresas e buscam identificação nas comunicações e campanhas em geral. De acordo com uma pesquisa da PwC, a geração Z deve representar 30% da força de trabalho global até 2030. Por outro lado, são os mais propensos a trocarem de emprego nos próximos 12 meses, com um total de 35%.
Associado a isso, pesquisa da Vittude, intitulada “Um olhar aprofundado sobre a saúde mental nas organizações brasileiras”, revela dados alarmantes sobre a saúde mental dessa geração no mercado de trabalho. Segundo os números, 27,17% dos jovens dessa afirmam ter ansiedade, 36,48% relatam estresse e 27,49% sofrem de depressão. Esses resultados são significativamente mais altos em comparação com as gerações anteriores, o que nos leva a refletir sobre como as empresas podem e devem lidar com esses profissionais para não agravar ainda mais esses problemas.
Para isso, a comunicação é um dos fatores mais críticos para lidar com a geração Z no ambiente de trabalho. Segundo o jornal americano The Washington Post, essa geração valoriza feedbacks que sejam oportunos, colaborativos, empáticos e equilibrados. Isso significa que as empresas precisam repensar suas estratégias de comunicação interna para atender a essas expectativas.
Outra pesquisa, dessa vez da Gallup, destaca que os funcionários da geração Z relatam o maior declínio na sensação de se sentirem queridos no trabalho, de terem a chance de aprender e crescer, de terem discussões de progresso com seus supervisores e de sentirem que suas opiniões são importantes. Para reverter esse quadro, é essencial que os líderes adotem uma abordagem de feedback constante e construtivo. Em vez de apenas apontar erros, é importante oferecer sugestões de melhoria e reconhecer os esforços e conquistas dos colaboradores.
A geração Z valoriza a transparência e o alinhamento de propósitos. Eles querem trabalhar em empresas que compartilhem de seus valores e que sejam transparentes em suas ações e decisões. Isso significa que as companhias devem comunicar claramente suas metas, valores e expectativas, e envolver os colaboradores no processo de tomada de decisão sempre que possível.
Estar atento às formas de comunicação é primordial, pois a geração Z é altamente conectada e acostumada a utilizar diversas ferramentas digitais. Plataformas de comunicação interna, como Slack, Microsoft Teams e outras, podem ser utilizadas nesse processo de maneira rápida e eficiente. Além disso, o uso de redes sociais internas pode ajudar a criar um senso de comunidade e pertencimento, o que vai diretamente ao encontro das expectativas dos profissionais desta geração.
Criando um Ambiente de Trabalho Saudável e Inclusivo
Para minimizar a ansiedade, o estresse e a depressão, as empresas precisam criar um ambiente de trabalho saudável e inclusivo. Isso envolve desde a implementação de programas de bem-estar até a promoção de uma cultura de apoio. Investir em programas de bem-estar que incluam atividades físicas, apoio psicológico e workshops sobre saúde mental pode fazer uma grande diferença. Grandes nomes como Google e Microsoft já implementaram programas desse tipo com sucesso, proporcionando aos colaboradores recursos para cuidar de sua saúde.
Assim, promover uma cultura colaborativa e inclusiva é fundamental. Isso significa criar um ambiente onde todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados, independentemente de sua origem, gênero, orientação sexual ou qualquer outra característica. A diversidade e a inclusão não são apenas questões de justiça social, mas também contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Entendo que a geração Z traz consigo desafios únicos para o ambiente de trabalho, mas também oferece oportunidades incríveis para as empresas que souberem se adaptar às suas necessidades e expectativas. Ao focar em uma comunicação eficaz, transparente e empática, e ao criar um ambiente de trabalho saudável e inclusivo, as empresas não só minimizam a ansiedade, o estresse e a depressão deste público em especial, mas também construirão um time engajado e comprometido com os objetivos da organização.
*Cleide Cavalcante é jornalista, com Master pela Universidade de Navarra e especialização em Comunicação Interna. Possui mais de 20 anos de experiência e 350 projetos digitais implantados em grandes empresas, como IBM, Danone e Michelin. Atualmente, atua como Gerente de Comunicação na Progic, empresa líder em tecnologia para Comunicação Interna no Brasil.
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MARIA FERNANDA SOUZA PETRIZZO
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