O autor do best-seller “Economia azul”, o belga Gunter Pauli esteve nesta quarta-feira, 14 de agosto, no evento Rio Innovation Week, que está sendo realizado até o dia 16 de agosto no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. Convidado pela Clean Up the World para o painel “Na economia, o futuro do Rio é azul”, o escritor e principal defensor do termo ‘economia azul’ em todo o mundo abordou diversos assuntos referentes ao tema, incluindo como o Rio de Janeiro pode se encaixar nesse novo modelo econômico em prol do meio ambiente.
Recebido por Ana Asti, Subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade – SEAS, o autor falou sobre como devemos usar a inteligência dos animais na integração de processos atuais em benefício da sustentabilidade. “Usamos barcos com tecnologias avançadas inspiradas no que já existe há milhões de anos, inclusive, buscando inspiração nos animais. O polvo tem um sensor de temperatura de água que pode ser aplicado ao meio de transporte. Afinal, estamos falando de um animal que tem 500 milhões de anos de existência, ele sabe se adaptar a qualquer mudança. Já o ser humano chegou à Terra há apenas dois mil anos. Por isso, nosso trabalho é justamente se inspirar nessas espécies do mar, traduzindo suas ideias e aplicando-as em novas indústrias”, destacou o especialista.
Ana também aproveitou o painel para falar sobre o livro que a Secretaria de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade – SEAS lançou junto com o autor, chamado de “Envigorando o Rio”. “O livro apresenta doze projetos inovadores que têm o poder de transformar o cenário econômico e ambiental no estado do Rio de Janeiro. Durante um laboratório de inovação no início do ano, tivemos a oportunidade de conhecer os casos dele, tudo sendo analisado por cem especialistas, pesquisadores técnicos do SEA e do INEA, para que todos pudessem adaptá-los para o Rio de Janeiro. O conceito de economia azul não é ligado somente à economia do mar, mas a todo o planeta”, observou.
Neste cenário, Gunter Pauli afirmou que o Rio precisa se focar em três ações imediatas: melhorias do transporte urbano, seguindo a teoria do enxame das abelhas, que sabem se locomover eficientemente; investir na floresta de algas, já que é a maior captadora de gás carbônico, e nos manguezais; e usar toda a parte costeira do estado, que conta com 1.300 Km de praias e ilhas, para investir em energia eólica. “Se o estado possui 614 ilhas com vento 24 horas por dia, isso pode ser transformado em energia para todos, até porque ninguém vive nesses locais. É um grande potencial”, observou.
Por fim, Hildon Carrapito, sócio-fundador da Amigança Produções que, ao lado da mulher, a jornalista Anna Carrapito, comanda a empresa e os projetos da ONG Clean Up The World no Brasil, afirmou que representar a plataforma é um desafio constante. “Estamos não somente focados nos eventos que fazemos de limpeza das praias, que já são conhecidos, mas em como mudar a mentalidade de toda a sociedade para que a consciência ambiental faça parte do dia a dia de cada um. Estar aqui neste evento é fazer parte da inclusão da sustentabilidade em ações presentes para um futuro melhor”, finaliza.
Confira a programação completa do Clean Up The World na Rio Inovation Week aqui: https://rioinnovationweek.com.br/programacao/
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