Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que até 2030, a população humana mundial chegará a 8,6 bilhões. Números tão elevados estimulam a preocupação das grandes potências mundiais com o exponencial aumento da população mundial. Com esta perspectiva nada animadora, torna-se necessária a retomada da discussão de duas vertentes importantíssimas: o crescimento da pobreza nos países mais pobres e o aumento do consumo dentro da classe média e alta.
Os dados são impressionantes, segundo a ONU, 11,2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos são coletados globalmente por ano, sem contabilizar aquelas que são descartadas diretamente no ambiente. Sendo importante enfatizar que este mesmo setor é um dos que mais contribui para a emissão de gases do efeito estufa, ficando atrás somente da queima de combustível fóssil (carvão mineral, petróleo, gás natural e turfa). Isso afeta diretamente a perda de biodiversidade mundial.
De acordo com dados de 2024 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o desperdício de alimentos é um fato que está presente no dia a dia dos brasileiros e representa grande porção dos resíduos gerados. Somente no Brasil, cada pessoa joga fora, em média, 60 kg de alimentos em boas condições de consumo, um acumulado de 27 milhões de toneladas por ano.
O mais impressionante, é o uso deliberado de embalagens de material não reciclado. Em alguns casos, cada embalagem vem acompanhada por mais duas sub-embalagens plásticas. Tal inconsciência ecológica, há algumas décadas vêm se tornando uma rotina ainda mais comum entre a vida dos brasileiros e do restante da população mundial, aproximando-se dos 11,5 milhões de toneladas de lixo plástico gerados/ano. Destes, apenas 25,6% foram reciclados em 2022, conforme aponta o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Realmente os valores citados são alarmantes e precisam entrar em discussão de forma mais rotineira e incisiva na sociedade. É um valor significativo e que CUSTA muito ao meio ambiente. Isso, que não entramos no assunto dos plásticos nos oceanos (estima-se cerca de 37 milhões de toneladas até 2040).
Com esta nada animadora perspectiva e uma eminente catástrofe ambiental para os próximos anos, a Organização das Nações Unidas determinou mais um dia para uma ênfase necessária, um dia para conscientização para a redução da emissão de resíduos sólidos. A Câmara dos Deputados, impulsionada pela tendência política de transformar o Brasil em país “exemplo” em sustentabilidade para a comunidade internacional, em 2023, aprovou o dia de conscientização para a redução da produção de lixo, criando um ambiente propício para a discussão do tema nas escolas, universidades, com a população e com órgãos públicos e privados, reconhecendo, o dia 30 de março como o Dia Internacional do Lixo Zero.
Para isso, podemos sempre optar para a redução dos resíduos gerados nesse dia e tornar-se esse ato uma rotina: 1 – Leve sua sacola de tecido para o supermercado;
2 – Prefira produtos com poucas embalagens;
3 – NÃO desperdice alimentos;
4 – Separe e recicle adequadamente seus resíduos;
5-Retire e lave os resíduos orgânicos das embalagens recicláveis.
ATITUDES SIMPLES MUDAM O MUNDO!
(*) Anderson Roberto Benedetti é biólogo e Mestre em Genética e Melhoramento de Plantas. Docente da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter.