O conceito de “impacto além do lucro” está se tornando cada vez mais importante, redesenhando o propósito e estratégia das empresas e a sua contribuição para a sociedade e meio ambiente, devido às demandas crescentes de consumidores, colaboradores e investidores por uma atuação socialmente responsável e sustentável.
Atualmente, muitas empresas têm focado em propósitos que vão além do retorno financeiro, mas também em iniciativas e projetos de sustentabilidade ambiental, programas de responsabilidade social e ações voltadas para o bem-estar das comunidades localizadas ao redor das corporações.
De acordo com estudo divulgado em abril de 2024, realizado pela Amcham Brasil, “Panorama ESG 2024” – que ouviu 687 executivos e líderes empresariais brasileiros – houve um aumento de 24% na curva de adoção de práticas ESG (governança ambiental, social e corporativa), em relação ao mesmo levantamento, em 2023.
Segundo a pesquisa, em relação ao conhecimento e experiência na agenda ESG, houve um aumento expressivo de 13 pontos percentuais em comparação com 2023, com 75% dos respondentes reportando ter experiência e/ou conhecimento razoável sobre o tema. O aumento indica maior entendimento das práticas ESG pelas empresas brasileiras.
Quando perguntados por que as organizações estão aderindo à agenda ESG, 78% dos entrevistados afirmaram buscar um impacto mais positivo em questões ambientais e sociais. Em relação aos benefícios da adoção da agenda ESG, 50% disseram fortalecer a comunidade local. Além disso, o pilar social é a prioridade para 72% dos respondentes, seguido de governança (68%) e ambiental (66%). Outro ponto é que mais da metade busca capacitar os colaboradores (65%), desenvolver cultura diversa e inclusiva (61%), além de gerar empregos e renda na economia local (54%).
À medida que cresce a consciência sobre questões sociais e ambientais, empresas enfrentam pressões para revelar transparência em suas atividades e impactos, que podem ser medidos, avaliados e exibidos por meio de empresas especializadas e consultorias.
Adotando práticas de responsabilidade social
Segundo Andrea Moreira, CEO da Yabá, consultoria ESG que cria e desenvolve soluções para as empresas com foco no impacto positivo à sociedade, as empresas não devem apenas buscar gerar lucro, mas também criar valor compartilhado, impulsionar o crescimento sustentável e gerar um impacto social positivo. O que significa adotar práticas empresariais responsáveis e investir em iniciativas que abordam desafios sociais e ambientais de forma significativa.
“Hoje, há uma forte tendência de colaboração, na qual empresas se unem com organizações não governamentais e também com o próprio governo para ampliar e promover o impacto social. Para isso, é necessário atuar junto aos stakeholders-chave, que engloba não só clientes e investidores, mas também comunidades locais e ONGs. O diálogo aberto e colaborativo com esses grupos é fundamental para promover mudanças positivas e, ao adotar estratégias para engajar e colaborar com os stakeholders, fortalecemos as relações, promovendo transparência e impulsionando o impacto socioambiental positivo, afirma Andrea. A especialista ainda complementa que hoje, a responsabilidade social não é mais uma opção, mas sim parte essencial da identidade e estratégia de negócios.
As ações realizadas pelas corporações podem ser feitas via Apoio aos Fundos, movimento com o objetivo de ajudar as empresas a destinarem recursos para o Fundo da Criança e do Adolescente e o do Idoso, além de Leis de Incentivo, como incentivo Fiscal, em que as empresas doam parte do valor dos impostos para projetos sociais que buscam incentivar o desenvolvimento social e a cultura ou também pelo Incentivo ao Esporte, em que empresas destinam parte do Imposto de Renda para a implementação de projetos esportivos e paradesportivos em todo o território nacional.
Outro método para as empresas adotarem práticas sociais, além das citadas acima, é por meio do relacionamento e atuação junto às comunidades localizadas ao redor das empresas. “Neste caso, as empresas podem atuar em projetos que tragam benefícios para tal localidade e para isso é preciso considerar os fatores humanos em cada etapa do processo: desde o planejamento até a implementação é preciso entender e atender às necessidades das comunidades envolvidas, respeitando as culturas, tradições e aspirações de cada uma”, explica Andrea.
Em suma, as empresas que abraçam tais mudanças estão moldando um futuro mais sustentável e também garantindo sua relevância a longo prazo, reconhecendo que o sucesso está diretamente ligado ao bem-estar das comunidades e da sociedade. “Acredito que podemos fazer a diferença criando um futuro onde o crescimento econômico seja verdadeiramente sustentável e inclusivo para todos”, finaliza Andrea.
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FERNANDA CRISTINA RIBEIRO
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