As práticas voltadas à sustentabilidade na construção civil vêm sendo cada vez mais valorizadas. O que no passado podia ser considerado um diferencial competitivo, hoje tornou-se um requisito quase obrigatório, em alinhamento com os princípios ESG (Ambiental, Social e de Governança, em inglês, Environmental, Social and Governance). Segundo levantamento do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o setor consome 20% da água das cidades, 75% dos recursos naturais e gera 80 milhões de toneladas de resíduos por ano. Também é impactante o dado da Agência Internacional de Energia (IEA), segundo a qual, a construção civil é responsável pela liberação de 39% dos gases de efeito estufa na atmosfera globalmente.
Entretanto, cientes da responsabilidade que as empresas carregam enquanto construção de uma sociedade sustentável, incorporadoras goianas adotam práticas para minimizar os impactos ambientais, tanto nos canteiros de obras quanto em suas sedes administrativas. É o caso da Consciente Construtora e Incorporadora. A estratégia de responsabilidade socioambiental da empresa prioriza o desenvolvimento socioeconômico e, dentre as metas, estão o uso consciente da água, correta gestão dos resíduos e o menor uso de matéria-prima, para incentivar a preservação da natureza em novos empreendimentos. Também valorizam o uso responsável da energia elétrica. A incorporadora conta com o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que possui indicadores, métricas e parâmetros para a avaliação do impacto ambiental.
“Entendemos que o futuro do setor imobiliário está intrinsecamente ligado à adoção de práticas ambientais responsáveis. Desde o planejamento até a execução, buscamos incorporar tecnologias e métodos que minimizem o impacto ambiental, promovendo eficiência energética, gestão adequada de resíduos e a utilização consciente dos recursos naturais. Estamos empenhados em não apenas cumprir as normas regulatórias, mas também em ir além, adotando padrões que nos permitam contribuir positivamente para o meio ambiente e para as comunidades onde atuamos”, destaca a diretora de empreendimentos da Consciente, Camila Inácio.
As práticas adotadas pela CMO Construtora para reduzir os impactos no meio ambiente se dividem em alguns quesitos, além das campanhas internas de conscientização. Foi adotado um compromisso ESG, no qual se dedica a práticas ambientais, sociais e de governança. O diretor comercial da CMO, Marcelo Moreira, afirma que a preocupação socioambiental é um dos principais pilares da empresa. “É uma forma de nos posicionar frente ao tema para tornar a sociedade mais justa e saudável para as futuras gerações. Em eficiência energética, 100% da energia consumida são de fontes renováveis. No quesito conservação de água, a empresa investe em reutilização de água de lavagens de aparelhos, usa sistemas de irrigação nos empreendimentos e monitora o consumo. A CMO também separa e destina os resíduos gerados nos canteiros para empresas de reciclagem, temos preferência por conteúdos reciclados e doamos materiais de demolição. Para controlar a poluição, há o incentivo a materiais e fornecedores locais, reduzindo o deslocamento e as emissões relacionadas ao transporte, por exemplo”, comenta.
A EBM Desenvolvimento Imobiliário, através da sua plataforma ESG, realiza ações de sustentabilidade em diversas frentes, com a otimização e reaproveitamento de energia, preservação de recursos hídricos e ambientais e gestão de resíduos. Atua ainda na parte de práticas éticas, com ações que envolvem gestão de materiais e de resíduos. A incorporadora também se destaca pela quantidade de árvores que já plantou em Goiânia. Em um de seus últimos lançamentos, a empresa anunciou que 800 mudas seriam plantadas. “Já foram doadas mais de 5.600 mudas de árvores para Goiânia, e agora, a cada nova venda – de qualquer unidade de nossas linhas de produtos – vamos plantar uma árvore”, conta a gerente de Comunicação da EBM e membro do comitê ESG da empresa, Lohanne Assis.
Educação e engajamento comunitário
Com mais de 26 anos de mercado, a Sousa Andrade é a primeira na área da construção civil em Goiânia a ser certificada pelo Sistema B, certificação internacional para empresas que se comprometem com altos padrões de desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade. A construtora promove iniciativas de sustentabilidade ambiental e social, como investimento em campanhas e ações de conscientização dos trabalhadores nas obras e escritórios, além de realizar a reciclagem e reaproveitamento de resíduos; implementação de horta comunitária; tratamento de efluentes; reaproveitamento de estrutura de materiais para execução de canteiros; monitoramento de fumaça das máquinas e ruídos. O superintendente comercial e marketing da Sousa Andrade, Guilherme Bellini, afirma que a questão de sustentabilidade precisa fazer parte da cultura da empresa, e que isso fez toda a diferença para o progresso. “Agora, nos tornamos parte de um sistema que redefine o significado de sucesso, assumindo um compromisso cada vez maior com o desenvolvimento consciente”, destaca.
Pioneira na gestão de resíduos dentro dos canteiros de obras, ainda na década de 90 a Dinâmica Engenharia criou o Projeto Entulho Zero, na busca de reduzir a presença de resíduos que agridem o meio ambiente com o descarte de material das obras, alcançando uma construção cada vez mais sustentável. Ainda dissemina boas práticas socioambientais, mostrando para colaboradores e futuros moradores como é simples e saudável plantar e colher, com o projeto Horta na Obra. “Ao realizar os testes de impermeabilização, pensamos: por que não aproveitar as floreiras para criar algo maior para nossos clientes e colaboradores? E foi assim que surgiram as hortas nas obras. Como resultado, promovemos a conscientização de clientes e colaboradores de bons hábitos e ainda trabalhamos a prevenção de assistência pós-obra”, explica a diretora de incorporação da Dinâmica, Patrícia Garrote.
A Terral Incorporadora é outro importante exemplo de implementação ESG na construção civil e promove ações sustentáveis tanto em seus canteiros de obras, quanto nos empreendimentos. Marcelo Borges, diretor da incorporadora, comenta que essa é uma preocupação da Terral há alguns anos e que o objetivo é utilizar energia 100% limpa até 2030. “Com a Terral Energia, outra empresa do Grupo Terral, trabalhamos no desenvolvimento das nossas usinas hidráulicas desde 2008 e acabamos de entregar a décima em funcionamento. E, claro, voltamos as nossas atenções também para a energia solar e eólica, levando uma energia limpa para os nossos empreendimentos.”
A Brasal Incorporações mantém ações como a da compostagem e coleta seletiva dos resíduos gerados e um ecoponto, com um programa de logística reversa, para que os moradores do entorno possam descartar os resíduos eletrônicos, plásticos e óleos. Nos empreendimentos da empresa, mais de 70% dos resíduos são desviados do aterro, e a cada obra a empresa se compromete a aumentar a taxa de reaproveitamento e reciclagem. Todas as obras da Brasal na capital possuem o grau mais alto dentre as quatro categorias da certificação entregue pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), o Selo Ouro. Tudo isso mantendo um Sistema de Gestão certificado conforme a Norma PBQP-H SIAC Nível A e ISO 9001, com auditorias anuais de conformidade.
“Implementamos a coleta seletiva com a separação dos resíduos na origem e priorizamos o reaproveitamento, como a madeira, que são utilizadas na fabricação de proteções coletivas, lixeiras, suporte de bigbag e no próprio processo construtivo nas formas de lajes ou vigas. Parte dos resíduos são doados para os Agentes Ambientais que possuem interesse devido a boa qualidade de separação. Esses parceiros destinam para indústria de reciclagem, gerando emprego, dignidade e reduzindo a extração de recursos naturais.”, explica Raphael Chaul, que é engenheiro de segurança na Brasal Incorporações.
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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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